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ERA UMA VEZ O CINEMA


A Doce Vida (1960)

cover A Doce Vida

link to A Doce Vida on IMDb

País: Itália, 174 minutos

Título Original: La Dolce Vita

Diretor(s): Federico Fellini

Gênero(s): Drama, Comédia

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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8.0/10 (60230 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA

Oscar de Melhor Figurino em Branco e Preto (Piero Gherardi)

Festival Internacional de Cannes, França

Prêmio Palma de Ouro (Federico Fellini)

Prêmios David di Donatello, Itália

David de Melhor Direção (Federico Fellini)

Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália

Prêmio Fita de Prata de Melhor Ator (Marcello Mastroianni)

Prêmio Fita de Prata de Melhor Estória Original (Federico Fellini, Ennio Flaiano, Tullio Pinelli)

Prêmio Fita de Prata de Melhor Design de Produção (Piero Gherardi )

Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA

Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro

Prêmios Cálices de Ouro, Itália

Prêmio Cálice de Ouro de Melhor Direção (Federico Fellini)

Sinopse: La dolce vita, normalmente citado como o marco da transição de seus estilos, do neorrealismo para o simbolismo, e um dos filmes mais importantes da década de 1960 e do século XX. Uma das características capitais da obra é a imagem em preto-e-branco, e as sequências noturnas realçando um laço com o cinema noir e com o expressionismo alemão, apresentando um cenário festivo, e em algumas vezes com altos contrastes de luz e sombra.

É considerado uma das obras-primas de Federico Fellini, juntamente com 8½ e Amarcord. O filme é uma crítica aberta á sociedade romana do pós-guerra, retratando uma instituição decadente e hedonista, marcada pela superficialidade e incomunicabilidade, temas desenvolvidos ao longo do filme.

Foi considerado um dos 1000 melhores filmes de todos os tempos pelo The New York Times em 2004 e o 19º melhor filme de todos os tempos pelo site Melhores Filmes . O crítico de cinema norte-americano Roger Ebert considerou A Doce Vida um dos seus dez filmes favoritos e o melhor filme de Federico Fellini .

Deslumbrante, sincero, cruel, como se estivesse entre o Inferno e Paraíso, foram estes os pensamentos que me surgiram ao ver uma obra tão moderna para o seu tempo como este La Dolce Vita. Muito longe do classicismo moralista e bastante pregado á religião de Hollywood, o cinema italiano foi de certa forma reconhecido pela sua ousadia, pela sua coragem e pouco receio de libertar-se na tela, onde o sexo e a crítica, duas palavras servidas como tabu na sociedade presente eram descritos como obras de artes de tratassem.

La Dolce Vita de Frederico Fellini foi um dos seus pontos máximos de sua carreira, não só porque o inicio da colaboração entre o realizador e o seu ator predileto, Marcello Mastroianni, como também foi um projeto envolto de tamanha polémica, o qual o autor o classificou como publicidade. Foi tentativa de alvo de censura, como também foi boicotada pela Igreja Católica, sendo Itália a “Casa” dessa religião (Vaticano). Porém tudo isso só serviu para realçar La Dolce Vita, filme esse, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1960.

A fita primorosa de Frederico Fellini retrata as aventuras e desventuras de um jornalista de escândalos, Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) que se confronta com a podridão da alta sociedade e da manipulação religiosa (representada na cena do Milagre de Nossa Senhora).

Não só pelo fato da critica religiosa estar presente na fita tenha desagrado a comunidade cristã, mas sim pela descrição de um vasto conjunto de imoralidades e pecados que são cometidos com uma leveza impressionante, a verdade é que na jornada decadente de Rubini, somos submetidos a um enorme conjunto de personagens todos eles compostos por mentiras, luxúria e alguns atos bem mais brutais, porém são vistos nos olhos dos outros ou nas lentes das câmaras dos paparazzis como um espectáculo lucrativo ou encarados com toda a normalidade.

Neste universo difícil de ingerir, a única pureza desta Roma que segundo o próprio Fellini é o estado de alma das personagem que o habitam, está descrita em Sylvia, a atriz norte-americana que viaja para Itália para participar num filme, interpretada por Anita Ekberg (War and Peace), sendo ela protagonista da pura inocência na cena da Fontana di Trevi, o momento mais emblemático com uma personagem bastante sensual e ousada no seu tempo, mas de certa forma pura e livre, uma santa entre os pecadores. Continuando nesse misticismo de La Dolce Vita é de nomear a revoltada prostituta da sociedade, Anouk Aimée como Maddalena (o qual Fellini invoca a homenagem á figura bíblica de Maria Madalena).

Um amor convertido em obsessão suicida, Yvonne Furneaux como Emma, a bomba relógio humana, Alain Cuny como Steiner (com um desfecho arrepiante, principalmente e volto a citar para um filme dos anos 60, cuja liberdade de expressão era mais abafada), o perdão em forma de figura paternal, Annibale Ninchi como pai de Marcello e a vendida com coração, Magali Noël como a dançarina Fanny. O neo-realismo que abraça a desgraça moral do ser humano, um jornalista em busca da paz intrínseca que se perde entre a loucura e o pecado, na eterna busca da Doce Vida.